terça-feira, 14 de abril de 2009

Assistindo a Persépolis, escrevo o seguinte:

Vemos, e compreendemos aquilo que vemos. (Dondis, Donis A)

A anatomia da linguagem visual classifica alguns níveis da representação visual. No abstrato, obtemos o correspondente à redução do componente visual a seu atributo elementar. Consegue assim atingir o sentir emocional e também, os mais primitivos da criação da imagem e do ser.

A narrativa em Persépolis se desenrola firme e com uso de uma limpeza de elementos visuais consegue dar um único foco à trama autobiográfica de Marjane Satrapi. Notamos uma restrita área de nitidez na intenção de uma ação da memória da protagonista, com várias sequências coreografadas como peças de um enorme quebra-cabeça. Afinal, viver num período ideológico conturbado, não poderia ser diferente. O roteiro identifica um olhar de menina para acontecimentos complexos, este, até mesmo ao universo adulto de um ambiente em conflitos.

Transpor às telas do cinema um desenho simples, consiste em dizer de forma direta e objetiva. Com a escolha de eliminar o glamour do 3D, o desenho detalhista da técnica 2D e conseguir a essência da vida na simplicidade de um desenho recortado, cheio de trucagens gráficas.

A impressão que se tem no decorrer do filme, é o diluir do desenho para permitir um contato direto com as personagens. Quando Paronnaud e Satrapi se apropriam da linguagem dos quadrinhos e transpassam para a linguagem do cinema, a história de Marjane e de sua nação, encontram na magia do cinema, um meio visual, eliminar o que se vê para transmitir o sentir de uma boa estória de vida.

Vemos, e compreendemos aquilo que sentimos. (TiroTTi)

Título Original: Persepolis

Gênero: Animação
empo de Duração: 95 minutos
Direção: Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi
Roteiro: Vincent Paronnaud, baseado em livro de Marjane Satrapi
Ano de Lançamento (França / EUA): 2007

Nenhum comentário:

Postar um comentário